Testemunhos Efusões 16-20

“Digo-vos a verdade: é melhor para vós que Eu vá, pois, se Eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se Eu for, Eu vo-lo enviarei” (Jo 16:7)

Leonilde Lopes
Tomás
Ricardo Baía
Clara Henriques
Irene

Leonilde Lopes

No dia da Efusão quando rezou por mim eu caí e fiquei “anestesiada” e só a minha mente é que ficou ligada a Jesus de uma forma muito especial. Eu só tinha a minha mente em Jesus. Eu não podia falar com a língua mas falava com a minha mente e sentia uma alegria tão grande no meu coração e era aquela paz alegre que só estava em Jesus, era “ó Jesus eu sou feliz porque estás comigo, Jesus eu Te amo, eu Te adoro, eu Te glorifico, eu Te louvo, és lindo, és bom, Jesus és tudo, és o meu refúgio, o meu Guia, o meu conselheiro, Tu nunca me abandonas”, eu só era Jesus-Jesus. Na minha mente dizia ainda: “eu Te louvo meu Deus, meu Pai de amor, obrigado por estares comigo Pai piedoso e misericordioso, Tu és tudo para mim, sem Ti não sou nada, Pai eu confio em Ti, eu me entrego a Ti em corpo e alma, amor da minha vida eterna, para mim tudo é Jesus e a sua Mãe Maria Santíssima”. Eu não tenho palavras para dizer tudo o que a minha mente disse enquanto estive no chão no repouso do Espírito. Um dia destes eu falei sozinha: ó meu Deus, eu quero-Te, eu amo-Te tanto, será que estou louca? De repente veio-me uma ideia e uma vontade de rir e chorava ao mesmo tempo e dizia em vós alta só com Deus: “sim é verdade eu estou louca por Ti meu Deus, eu confio em Ti, estás sempre comigo”. Naquele dia da Efusão eu também senti uma loucura de amor, senti o Amor de Jesus, uma alegria tão grande, uma paz tão grande, eu parecia que estava no Paraíso e eu só tinha o meu pensamento no meu Jesus.

Tomás

Durante dez anos estive envolvido com a venda e o consumo de drogas. Certa noite, depois de uma festa, fiquei desesperado e agarrei-me a um crucifixo e pedi a Deus que me ajudasse. Uma semana depois fui à Igreja da minha paróquia e fiz uma visita ao Santíssimo. Implorei a ajuda de Deus. À medida que os dias passavam senti um chamamento de Jesus para me confessar. Fui-me confessar mas da primeira vez não consegui confessar ao sacerdote o meu envolvimento com a venda e consumo de drogas. Mas após a confissão fui para diante do tabernáculo e decidi voltar ao sacerdote e confessar o meu envolvimento com drogas. Quando o sacerdote me deu a absolvição eu senti uma alegria que invadiu o meu corpo da cabeça aos pés. Foi a minha primeira Efusão.

No repouso do Espírito fui dominado pela experiência física do Amor de Deus. Estava certo de que Ele estava contente comigo e de que me amava muito. Este conhecimento directo e pessoal do Seu Amor deu-me a força de que eu precisava para me recuperar do vício da droga. Foi a melhor experiência de toda a minha vida. Uma coisa é ouvir a respeito do Amor de Deus. A outra coisa é experimentá-lo de modo palpável. Uma coisa é ouvir falar que Deus cura, enquanto a outra é sentir a Medicina Divina no meu próprio corpo. Após o repouso as minhas pernas estavam entorpecidas, pareciam de borracha, e eu tinha alguma dificuldade em estar de pé. Através da Efusão e do Repouso no Espírito o Senhor revelou-me uma vida nova e tenho agora um coração disposto a amar e a servir o povo de Deus.

Ricardo Baía

Posso dizer-lhe que este último retiro foi um dos dias mais felizes da minha vida.

No retiro anterior apesar de eu já ter sentido o Poder do Espírito Santo (fui curado do vício do tabaco), eu nunca me tinha dado totalmente a Ele. Eu via as pessoas a dançar e a cantar, mas eu não, não era capaz, não me sentia à vontade. Para mim aquilo era tudo novo, na verdade eu nem sabia ao que ia, fui arrastado ao retiro pela minha mãe, mais para lhe fazer a vontade do que por qualquer outra coisa.

No primeiro dia do retiro quando eu comecei a ver as pessoas a dançar, a cantar incluindo a minha mãe que batia palmas, levantava os braços, saltava eu lembro-me de lhe dizer várias vezes: “pára com isso que estás a fazer figura de parva!”

Neste último retiro, no Domingo eu deixei todos esses complexos e dei-me completamente ao Espírito Santo, eu saltava, eu cantava o mais alto que podia, eu até dancei com a minha mãe!

Eu parecia uma criança, e eu que já nem sabia sorrir, sempre com aquela cara enfadonha de quem parecia ter vindo de um velório… Jesus retirou a venda dos meus olhos, estes olhos que estiveram cegos durante tantos anos!. Eu aceitei Jesus. Jesus tocou-me mas desta vez no coração. Ele curou o meu coração e pela primeira vez eu consegui vê-l’O.

Quando o padre rezou sobre mim na Efusão, tal como aconteceu na outra vez, eu caí no chão e apesar de estar bem acordado, eu senti uma Paz tão grande que não me conseguia levantar, ou melhor, não me queria levantar e fiquei com o braço direito completamente dormente. Eu senti o Seu Amor, a Sua Paz. E mesmo depois do retiro já ter acabado, quando saímos para a rua eu continuava a cantar, só me apetecia cantar e abraçar todas as pessoas por quem eu passava! Dei boleia a uma senhora que tinha ido com a filha e durante a viagem eu não me calei um bocadinho, só me apetecia conversar! Eu que sou sempre tão introvertido, tímido e “cinzento” e naquela noite de repente eu sentia-me outra pessoa, mas ao mesmo tempo senti que aquele é que era o verdadeiro Ricardo, o Ricardo que tinha retirado todas as máscaras que tinha posto ao longo da vida, e pela primeira vez em muitos anos se mostrava verdadeiramente. Todo eu era felicidade.

Na segunda-feira à noite resolvi fazer uma verdadeira limpeza na minha casa, não imagina as coisas que eu e a minha mãe deitámos fora, coisas que eram minhas, tudo do mal. O meu quarto era um autêntico “museu” e neste momento encontra-se praticamente vazio. Desde que fui curado do vício do tabaco no último retiro, eu não suporto o cheiro do tabaco, quase que vomito quando sinto o cheiro do tabaco…. Jesus curou-me também de outros maus hábitos. Não voltei também a consumir bebidas alcoólicas e a masturbar-me. Não é fácil dizer isto mas é completamente impossível ficar calado e indiferente a estes milagres que Jesus realizou em mim. Devo referir também que neste último retiro eu fiz uma boa confissão. Levava os pecados escritos numas folhas, e o sacerdote no fim disse-me: “neste momento és santo, não tens pecados”. Eu acreditei verdadeiramente que todos os meus pecados tinham sido perdoados. Desde esse dia tenho ido todos os dias à Missa, tenho comungado, tenho rezado o terço e hoje sexta-feira fiz jejum. Para a semana vou a uma assembleia carismática. Eu sinto-me na verdade outro. Obrigado meu Jesus.

Clara Henriques

Eu já tinha feito a caminhada das 7 semanas do Seminário de Vida Nova no Espírito numa comunidade, mas no dia da Efusão quando os irmãos rezaram por mim nada de especial aconteceu. Talvez porque foi uma breve oração por cada um dos participantes. Contudo o Seminário foi bom para eu tomar consciência do grande amor que Deus tem por cada um de nós. Mas pouco mais do que isso aconteceu.

Alguns anos mais tarde eu fui a um retiro onde no último dia houve Efusão. Fui sem saber que esta Efusão era diferente daquela que tinha feito anteriormente naquela comunidade. Quando o sacerdote me impôs as mãos eu caí e fiquei no chão sem forças para me levantar. Eu desejava não mais me levantar do chão porque no repouso eu senti uma grande paz e o amor de Deus. Foi a coisa mais maravilhosa que me aconteceu na minha vida. Mas ao fim de alguns minutos alguém me pegou pela mão e disse “Aleluia, Aleluia”. Andei meses com esse Aleluia na minha mente. A partir desse dia a minha vida mudou completamente. Eu passei a ter “fome e sede de Deus” e a entregar toda a minha vida a Jesus. Ele impulsionou-me para a vida de missão e de serviço aos irmãos. Só n’Ele confio e só n’Ele tenho a minha segurança. Na Sua providência todos os problemas que tenho Ele vai resolvendo, não como eu imaginava mas à Sua maneira. Ele conduziu-me ao abandono total e a viver um dia de cada vez no Seu Amor.

Já tive depois daquela Efusão mais repousos no Espírito, rezada por sacerdotes e leigos, e esse momento é sempre maravilhoso e muito especial. Tem sido nesses repousos que o Senhor me tem curado de feridas que me fizeram e que não tinham sido curadas, fala comigo a dizer-me o que devo fazer, dá-me visões, mostra-me coisas que nem imaginava para me corrigir em coisas que fazia na minha vida e que não eram correctas, lembra-me por vezes de situações que precisam de perdão, etc., etc. Em suma, Ele vai fazendo de mim uma nova criatura para colaborar na construção do Seu Reino. Devo também dizer que algumas vezes nesses repousos chorei de contrição e foram momentos em que o Senhor me curou.

Nestes anos e graças a estas experiências de Efusões e repousos no Espírito, vou vendo a minha pequenez e a grandeza e o Amor de Deus. A maior graça é a Sua bênção. O Espírito Santo guia-nos, conduz-nos, liberta-nos, unge-nos, e santifica-nos. Nós temos é que nos deixar guiar por Ele. Ele é só Amor e quando nos abandonamos e O desejamos Ele toma posse de nós e da nossa vida. A vida é uma luta constante, mas com a Sua graça, eu terei a vitória final.

Teresa Cruz

Quanto à Efusão do Espírito Santo, a minha primeira vez foi maravilhosa (tal como todas as outras). Quando me impôs as mãos eu senti que “algo” me invadia e me retirava as forças das pernas. Simplesmente caí a direito, o coração saltava do peito e assim fiquei (no chão), sem consegui reter o choro e a emoção de sentir o Amor de Deus por mim. Ao levantar-me com grande Paz só pensava em dirigir o meu olhar a Jesus e agradecer-lhe tão grande graça.

No dia seguinte ao retiro ao voltar ao trabalho, parecia que andava “atordoada”, nem ouvia bem o que as pessoas me diziam, estava distante, só me apetecia rezar. A minha vida espiritual melhorou bastante, passei também a entender muitas coisas que só com a ajuda do retiro foi possível. Na sociedade em que vivemos para nós jovens tudo nos parece normal, mas ao ouvirmos a Palavra de Deus verificamos que não é bem assim e que fazemos muita coisa contrária à vontade de Deus.

Na minha segunda Efusão a experiência foi um pouco diferente. O Espírito Santo percorreu-me os braços e só depois perdi a força nas pernas e caí. Mas a fome de rezar continuou. Criei um grupo de oração e completámos no passado dia 3 de junho o primeiro ano de existência.